Alunos da FEI projetam máquina econômica para fabricar tijolo
A exposição aconteceu no Ginásio de Esportes do campus São Bernardo
Aumentar a qualidade de vida e proporcionar melhores condições de moradias para pessoas carentes estimulou um grupo de formandos do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana) a desenvolver uma máquina de baixo custo para a fabricação de tijolos. Batizado de Tijolego, o projeto é um dos três trabalhos que foram apresentados dia 17 de dezembro, durante a XXIII Expo MecPlena - Exposição dos Projetos de Formatura do Curso de Engenharia Mecânica . A exposição aconteceu no Ginásio de Esportes do campus São Bernardo.
A máquina fabrica tijolos de solo-cimento, uma mistura de terra, água e cimento. O grande diferencial o equipamento está na capacidade de produção. Enquanto as máquinas manuais produzem 2,5 tijolos por minuto, o protótipo da FEI, que é pneumático, fabrica quatro tijolos por minuto. “Com o aumento da população carente, pensamos oferecer um sistema mais econômico para construção de casas de alvenaria”, destaca o estudante André Freitas, um dos seis formandos responsáveis pelo projeto Tijolego.
O equipamento também pode custar cerca de 30% mais barato. Os modelos existentes hoje no mercado custam, em média, R$ 15 mil. O tijolo fabricado também tem elementos diferenciados: rasgos externos verticais e horizontais para passagem de conduítes e fiação elétrica, além de furos internos para vigas e tubulação hidráulica.
Os estudantes também tiveram a preocupação com o meio ambiente, pois a máquina de fabricação de tijolos compacta os materiais e dispensa o processo de queima do tijolo, evitando custos de fornos. O produto atende às especificações técnicas (NBR 10834).
MAIS PROJETOS -
Durante a exposição também foram apresentados mais dois projetos: Lizard e o Cross Force. O projeto Lizard é um dispositivo retrátil de esteira de borracha para ser adaptado no eixo traseiro de tratores agrícolas de pequeno e médio porte. O objetivo é aumentar a mobilidade e a tração do veículo durante o trabalho no campo, ajudar na compactação do solo e facilitar a movimentação em terrenos acentuados. “Para projetar os dispositivos, fizemos pesquisa de mercado e identificamos que hoje existem somente dispositivos importados e que custam cerca de US$ 70 mil a US$ 140 mil (com quatro dispositivos). O nosso custa, em média, R$ 8 mil”, destaca o aluno Felipe Sanches Dias.
Outra novidade é o Cross Force, uma máquina de ensaio biaxial para atender o meio científico. O equipamento realiza testes de materiais, que podem ser desde aço a poliméricos, e avalia as características dos materiais. “O equipamento ajuda na otimização do projeto e reduz custos. Nossa idéia era desenvolver uma máquina que permitisse o ensaio do corpo de prova em dois eixos e comprovasse os critérios a partir dos dados obtidos experimentalmente”, explica o estudante Bruno Augusto Taissun.
“Os alunos têm a oportunidade de simular o desenvolvimento de projetos para o mercado, aprendem a conviver em equipe, enfrentam problemas e apontam soluções”, afirma o professor e coordenador da Expo MecPlena, Arthur Tamasauskas.
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